A certeza que habita em mim

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2

Vivemos em um mundo cheio de padrões que travam uma batalha constante contra aqueles que foram chamados a não se conformar com este século. Tantos conceitos foram transformados em questionamentos que parece difícil acompanhar um dicionário atualmente. Família, verdade, fé. Tudo o que é mais sagrado tem sido ferozmente demonizado. Até que ponto estamos nós dispostos a contrariar o que a cada dia tem se tornado “melhor” e “mais aceitável”? E, contrariando, aceitamos o fato de simplesmente não sermos aceitos em determinados grupos?

Eu e meu marido estamos terminando o quarto ano do curso de Direito (finalmente quase na reta final!) e podemos perceber de forma nítida no ambiente acadêmico o quanto as mudanças de conceitos básicos tem sido determinantes para o rumo tomado por nossa sociedade. Não que a corrupção do homem seja grande novidade – afinal, ela está presente desde os primórdios de sua história, quando quis por si só ser conhecedor do bem e do mal e contra Deus atentou.

No nosso curso sempre nos deparamos com aquela “máxima” a respeito da qual muitos já ouviram falar: “depende”.  É como se não existisse qualquer verdade absoluta, tudo depende. Sempre achei curioso como no âmbito jurídico tantos institutos são relativizados face aos casos concretos. Com o tempo consigo compreender que em determinadas situações fáticas realmente não há certeza qualquer, contudo em muitas delas, por força da incerteza que nasce a partir de tantos argumentos usados ora a favor, ora contra, o Estado-juiz passa a moldar conceitos até então jurídicos, mas que posteriormente vão refletir na sociedade de forma tamanha até que eles se tornem nossos próprios conceitos – ou, para muitos, nossos preconceitos.

Apesar de muitas interpretações de fato serem necessárias, tendo em vista as mudanças sociais pelas quais o mundo tem passado, elas por vezes me causam espanto. Até que ponto permanecerei firme naquilo que para mim é absoluto face às transformações pelas quais temos vivido como sociedade, sem contudo faltar com respeito e amor ao meu próximo, a quem devo amar como a mim mesma? Questionando em voz alta, a resposta parece óbvia: devo amar a Deus em primeiro lugar. Os dois mandamentos se somam, no entanto, havendo conflito, devo optar por amar a Deus, honrá-lo em todas as coisas. Daí decorre o fato de que devo permanecer firme em sua Palavra, mais absoluta que qualquer lei ou mandamento humano, a certeza que habita em mim.

O cristão não deve buscar em sua jornada ser aceito e amado por aqueles que o rodeiam. O que de fato é normal é sermos vistos como indivíduos estranhos e por vezes até antiquados. Quando não nos conformamos com este século, não desejando fazer parte da “rodinha”, cumprimos o objetivo de glorificar a Deus mesmo em meio a tantas ciladas e desafios. Apesar disso, o amor de Deus em nós deve refletir tão grande luz que, ao mesmo tempo que causa estranheza naqueles que dela divergem, os leva a almejar também uma vida de conceitos absolutos, e de promessas e bênçãos eternas.

Atualmente tenho percebido alguns discursos de homens e mulheres cristãos os quais apresentam uma nítida tendência “inclusiva”, de modo que soa como se o amor de Deus fosse tão grande, mas tão grande, que aceita o pecado porque, afinal, Ele te ama. Ele é amor. E deixam de lado o arrependimento, a mudança de vida e de comportamento. Imensa dádiva é ser aceito diante do Pai, por meio de Cristo Jesus, em detrimento de andar na companhia dos ímpios e no pecado constante. O Deus que é amor, é também justiça. É perdão. É o Justo Juiz.

Fotografia: Pixabay

 

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